quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
incitação
a prece de Adélia
não me salva,
suja
que Jonathan está
de braços abertos
a prece de Adélia
me imunda.
Jonathan fala baixo,
requer meu ouvido
toca o meu ombro com as mãos despregadas,
curvo meu pescoço
com cuidado, me excedo.
nas suas mãos, minha dor
e a prece de Adélia
não me salva,
me exorta.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
transações
meu coração sirvo às pressas.
não há cais para tanto mar
nem navio tamanho aos
embarques
às pressas.
meu peito é só passagem.
domingo, 29 de setembro de 2013
outonal
um buraco no meio
do corpo
alimenta a fome
sem dentes
da boca que você
costurou no meu peito
por enquanto
me sirvo do gesto
que escapa do teu traço
o aviso do barco
chegando voraz,
o ruído salgado das
ondas no cais
dos galhos estalando
secos
pisando os teus pés
nos meus campos
de outono.
do corpo
alimenta a fome
sem dentes
da boca que você
costurou no meu peito
por enquanto
me sirvo do gesto
que escapa do teu traço
o aviso do barco
chegando voraz,
o ruído salgado das
ondas no cais
dos galhos estalando
secos
pisando os teus pés
nos meus campos
de outono.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
sophia
o mar bate na minha janela
e volta. revolta.
bate na janela,
das voltas na vidraça deixa
remota faísca de sal.
escuto sophia,
me alumbro, aprumo o vento dos dedos.
mas, metade de mim é maresia
e a outra metade não saiu do mar.
e volta. revolta.
bate na janela,
das voltas na vidraça deixa
remota faísca de sal.
escuto sophia,
me alumbro, aprumo o vento dos dedos.
mas, metade de mim é maresia
e a outra metade não saiu do mar.
domingo, 21 de julho de 2013
previsão para barcos
seu olho de mar
me diz que a maré
está boa aos velejos
mas não me pegue pelo braço,
eu sopro,
nem prepare remos
pois trago sempre esse mar,
infinda maré solta toda presa no meu peito.
a bordo desse barco
reparo a previsão do tempo para não errar
o norte que esse vento leva.
me diz que a maré
está boa aos velejos
mas não me pegue pelo braço,
eu sopro,
nem prepare remos
pois trago sempre esse mar,
infinda maré solta toda presa no meu peito.
a bordo desse barco
reparo a previsão do tempo para não errar
o norte que esse vento leva.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
dorso
o moço do corpo de sol
vai embora
tão ereto é quase
um salto,
mergulho sem medidas.
no leve laraja o
pelo se doura
e a medida dos ombros
é a tela onde se pinta.
o sol baixa a guarda
do corpo que deita o homem.
vai embora
tão ereto é quase
um salto,
mergulho sem medidas.
no leve laraja o
pelo se doura
e a medida dos ombros
é a tela onde se pinta.
o sol baixa a guarda
do corpo que deita o homem.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
ventanas
querendo ser vela
aprendi marés.
não bastava o tecido
dar formas às ventanas
faltava soprar,
tampouco as rotas,
faltou-me velejos.
querendo ser vela
iniciei ventos,
busquei o norte mais
seguro
e segui noutro caminho.
aprendi marés.
não bastava o tecido
dar formas às ventanas
faltava soprar,
tampouco as rotas,
faltou-me velejos.
querendo ser vela
iniciei ventos,
busquei o norte mais
seguro
e segui noutro caminho.
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